Entrevista: Reis do medo - Inspirados, gélidos e poderosos!

Entrevista por: Renato Sanson
Tradução: Rodrigo Goulart


Das profundezas mais gélidas do Black Metal, nasce o King Fear, banda alemã formada pela mente insana de Mål (guitarra) e que conta com Nachtgarm (ex-Dark Funeral) nos vocais.

Lançado no Brasil via Shinigami Records, o primeiro álbum do King Fear “Frostbite” vem recebendo boas criticas, além de ser considerado uma das gratas revelações do Black Metal nos últimos anos.

Batemos um papo com a mente pensante do grupo, o guitarrista Mål, que nos fala do processo de composição do álbum, suas inspirações, e de como enxerga a boa recepção do disco no Brasil.

 Com vocês Mål:

Heavy And Hell: O King Fear está na ativa desde 2011, e após o lançamento do EP que leva o nome da banda em 2013 vocês lançaram o primeiro álbum, "Frostbite". Poderia nos contar mais sobre o processo de composição do mesmo?

Mål: Inspirado pela grande história do montanhismo criamos um conceito baseado na “conquista do inútil” – o desejo possessivo da humanidade de chegar ao pico da montanha mais alta.

Enquanto o nosso vocalista Nachtgarm viajou pelo mundo tocando com o Dark Funeral, eu me mudei para o deserto austríaco para criar novas músicas. O novo ambiente é sempre uma boa fonte de inspiração. Estando nas montanhas, fui possuído pela idéia de criar um álbum nessa impressão! De volta à Hamburgo nós fomos ao estúdio e o fizemos como está agora.

O título representa sobre o que o nosso novo álbum trata. À primeira vista “Frostbite” é uma simples palavra, mas sob uma inspeção mais profunda revela uma força incomum, além do verdadeiro sentido da palavra, “Frostbite” oferece mais. O termo “Isbitna” (mordido por gelo), por exemplo, expressa a fascinação por gelo em suíço. Essa obsessão nos inspirou muito na hora de escrever as músicas.

HAH: O que podemos perceber em "Frostbite" é aquele Black Metal denso e gélido, com boas pitadas de Death Metal, porém mais moderno e melodioso que o convencional. Isto foi proposital?

Mål: Sim, nós podemos dizer isso, mas não tenho certeza sobre a parte do Death Metal; nós apenas quisemos ter um som mais pesado, pois nossas novas músicas são realmente pesadas. Além disso, temos uma guitarra com afinação mais baixa, talvez seja isso o que faça o nosso álbum soar como Death Metal para algumas pessoas.

Eu não pensava em Death Metal enquanto escrevia. Eu acho que os riffs são mais uma mistura de Black Metal e Rock’n’Roll, mas devemos dizer, nós criamos músicas, mas raramente as julgamos... Outras pessoas podem fazer isso. Porém, tu estás certo em alguns pontos. Com o nosso EP de 2012, percebemos qual manto musical o KING FEAR veste melhor. O poder do nosso material nós gostamos muito e é por isso – tirando a música “Empreires Aloft” – que nos raramente temos blast beats nas novas músicas.

Confira resenha de "Frostbite" AQUI
HAH: Após a saída de Nachtgarm do Dark Funeral, ele trouxe alguma influência do som para o King Fear?

Mål: Nachtgarm é o vocalista do KING FEAR então, naturalmente ele gravou o disco. A influencia dele na organização do vocal é sempre ótima. As letras foram escritas por mim, mas como as músicas são interpretadas é trabalho exclusivo dele. Um bom exemplo disso é a música título de “Frostbite”. O jeito que ele “dá vida” à música e “mata-a” com a sua voz ao mesmo tempo, nenhum outro vocalista conseguiria fazer.

HAH: "Frostbite" foi lançado ano passado no Brasil pelo selo Shinigami Reocrds, onde também consta como bônus o EP "King Fear". Como está sendo está parceria? Vocês têm acompanhado as resenhas que saem do disco no Brasil?

Mål: Eu mesmo sou dono de um selo na Alemanha chamado QUALITY STEEL RECORDS. Através de QSR nós liberamos todos os trabalhos do KING FEAR na Europa. Para outras regiões procuramos parceiros de licença. “Frostbite” saiu na Europa via QUALITY STEEL RECORDS, no Brasil via Shinigami Records, Mexico & USA via Oz Productions e Argentina via DEL IMAGINARIO DISCOS.

Sim, nós seguimos a mídia e realmente apreciamos todas as reações. Até as ruins... (risos).

HAH: Em termos de recepção, como vocês enxergam a receptividade por parte dos fãs, tem sido o esperado?

Mål: Muitas pessoas parecem gostar do nosso som. Como sempre digo em entrevistas: Nós ainda esperamos por reações realmente ruins. Como uma banda de Black Metal é legal ser odiado também... (risos).

HAH: Quais os planos da banda para 2014, ha alguma possibilidade de shows no Brasil?

Mål: Não, não iremos tocar ao vivo este ano! Mas terão vários shows do Nacgtgarm com a banda Negator, as pessoas deveriam conferir.


HAH: Gostaria muito de agradecê-los pelo tempo cedido e deixo o espaço final a vocês.

Mål: Obrigado pelo apoio! Vida longa ao REI!

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