Entrevista - Banda: Necromancia (SP)

Entrevista por: Renato Sanson


30 anos de história, isso define o gigante Necromancia que ao longo do tempo foi se consolidando como uma das maquinas Thrash do país. Atualmente divulgando seu novo disco “Back from the Dead” conversamos com o vocalista/guitarrista Marcelo 'Índio' D'Castro, que nos contou sobre o novo trabalho da banda, cena nacional e muito mais.

Confira:

Heavy And Hell: O Necromancia surgiu em 1984 e desde então são considerados um dos grandes nomes do estilo. Como é para vocês carregarem está responsabilidade?

Marcelo 'Índio' D'Castro: Valeu pelas palavras, não pensamos nessa responsabilidade, temos a banda há tanto tempo que o importante pra nós é continuarmos tocando com o Necromancia e fazendo oque mais sabemos fazer de melhor em nossas vida .

HAH: São três discos de estúdio e um Split, porém é notável o longo tempo de um lançamento para o outro. E algo que chama atenção é que são sempre oito anos de espera, quando lançaram o disco “Necromancia” em 96 oito anos depois veio “Check Mate”, assim como oito anos depois veio “Back from the Dead”. Teria alguma explicação para este fato ou é apenas uma coincidência?

MI: Esses oito anos são só coincidências, somos uma banda independente e  não é  fácil pra nós que vivemos da música, colocar a mão no bolso e bancar nossos  discos, pra nós cada CD foi um parto e na grande maioria, tivemos que conseguir parceiros para os lançamentos, o que tivemos que esperar e ter muita paciência.

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HAH: Falando do mais recente trabalho é considerado por muitos o melhor disco da banda até o momento vocês concordam?

MI: Eu concordo porque conseguimos passar o amadurecimento da banda e conhecimentos de composição, gravação, mixagem, masterização, acho que o próximo será melhor ainda. Estamos nos empenhando o máximo para que o novo disco seja ainda melhor!

HAH: E em termos de composição, já existia material pronto ou foi criado algo novo pra “Back from the Dead”?

MI: Tem uma música que chama “Near Death Experience”, não entrou no CD Check Mate, só que tínhamos a parte instrumental, quando começamos a compor pro Back from the Dead, depois das músicas prontas que resgatamos essa música e colocamos novos arranjos e letra.
Quisemos resgatar uma música dos anos 80, só que com a nossa pegada atual e escolhemos a “Death Lust” de uma demo de 1987.


HAH: Atualmente vivemos um certo decréscimo em relação a nossa “cena”, o mundo virtual de fato nos engoliu, mesmo trazendo benefícios muitas desvantagens também vieram. Em relação à cena Metal de trinta anos atrás, teria como compará-las?

MI: A primeira diferença que vejo é a quantidade de shows que tem hoje e naquela época eram poucos. Hoje você tem vários amigos no Facebook, mas pra andar juntos são alguns. Falo do ABC que na época a gente andava numa galera de mais de 30 pessoas fácil e ia pros salões ou shows que rolavam e muitas vezes só por se encontrar, éramos muito unidos, sinto falta disso hoje, em compensação os shows estão melhores, a cena na minha opinião vem crescendo, os veículos de comunicação também e tenho esperança de dias melhores em relação ao Metal brasileiro.

HAH: Vocês também lançaram um Webclipe para faixa “Back from the Dead”, em comparação ao disco, qual teve melhor repercussão? Pergunto, pois hoje está cada dia mais difícil lançar CDs em formato físico.

MI: Fizemos um webclipe da “Back From The Dead” porque realmente achamos ela uma música forte, além de ser nossa declaração de “volta dos mortos” (risos).

Também a música “Playing God” tem uma boa aceitação, por isso escolhemos ela pro nosso próximo clipe que sairá em breve, está quase pronto.

Não é fácil lançamentos em formato físico por isso sou a favor de deixar as músicas pra download e pra que todos tenham acesso.


HAH: De que forma vocês pretendem comemorar os 30 anos de carreira do Necromancia? E aproveitando teria alguma história curiosa da banda para nos contar nesta longa jornada?

MI: Acabamos de fazer no dia 25 de outubro o show de comemoração em Santo André junto com a Metal Discos e foi muito bom ver que a chama do Headbanger está bem acesa.

Uma história curiosa foi quando abrimos o show Exodus em Santo André, estávamos tocando e de repente vi o Paul Ballof e Rick Hunolt curtindo em cima do palco e quando acabamos , Paul me pediu uma camiseta do Necromancia e eu falei que só tinha essa que estava usando e era essa que ele queria, tirei a camiseta toda encharcada de suor e ele colocou na hora, pensei “caralho que atitude, véio!”.  Ficamos trocando ideia e o Paul me disse: “Vocês tem uma gravadora?” respondi que não tínhamos e ele me disse, “eu tenho uma gravadora pro Necromancia”, pena que logo depois ele faleceu.

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