Entrevista por:
Renato Sanson
Entrevista com a banda belenense A Red Nightmare, uma das revelações do
Metal nacional nos últimos anos. Confira nossa exclusiva com o guitarrista
Vinicius Carvalho.
Heavy And Hell: De cara o A Red Nightmare lançou um disco
fantástico, que beira a perfeição sonora, mostrando muita originalidade. Como
foi chegar a este nível?
V – Primeiramente muito obrigado pelas palavras e pela oportunidade.
Fizemos tudo que esteve ao nosso alcance para que este fosse o melhor álbum que
pudéssemos lançar. Várias pré-produções, mudanças de arranjo, reescrever
letras, adaptar linhas de voz, muitas madrugadas acordados revisando os
detalhes de edição, enfim, foi um período de trabalho intenso que começou desde
antes de entrarmos em estúdio para gravar, foi um grande aprendizado para todos
nós, estamos muito satisfeitos com o resultado e a aceitação do público é sinal
que todo o esforço e sacrifícios não foram em vão. Claro que houve várias
limitações de tempo e logística que impossibilitaram um resultado ainda melhor,
mas ficam as lições para não repetir alguns erros no próximo disco.
HAH: A produção do trabalho também é de alto nível, como foi
à realização da mesma para o Debut?
V - Existem dois caras que contribuíram de forma
fundamental para a qualidade final desse disco: Adair Daufembach que nos
brindou com uma mixagem e masterização impecáveis, elevando o nível da
sonoridade do que tínhamos gravado de forma impressionante e Gustavo Sazes que
realizou um trabalho perfeito com a arte da capa e do álbum, trazendo todo o
visual obscuro e agressivo que complementa perfeitamente as músicas. A parte de
produção propriamente dita ficou em nossas mãos e foi desenvolvida de forma
natural, sempre buscando aquilo que soasse melhor para nós, sem se preocupar em
seguir regras ou padrões de composição, a parte da gravação também ficou sobre
nossa responsabilidade com o apoio do estúdio Na Music, mas sem o trabalho dos
dois grandes profissionais que mencionei acima não teria sido possível alcançar
a qualidade que o álbum adquiriu e por isso temos muito a agradecer a eles.
Leia nossa resenha AQUI. |
HAH: Como é a cena Metal em Belém?
V - A cena de Belém é muito rica, repleta de bandas dos mais variados estilos e atualmente vem vivendo um momento de grande produtividade com muitos lançamentos. O público é sempre insano e é sempre um grande prazer tocar aqui e nas outras regiões do estado do Pará.
HAH: Falando do underground em si, como é pra vocês ainda
não poder viver da música com um material tão rico em mãos? O que de fato falta
em nossa cena?
V – Creio que isso não é um problema isolado da região
Norte e nem mesmo exclusivo do Brasil. Estamos todos vivendo um momento de
transição do mercado onde as bandas, além de se preocuparem com as composições
e a performance ao vivo, tem que assumir de forma definitiva toda a parte de
marketing, produção de merchandise, comunicação, social media, vídeos,
networking e multimídia. Como da para perceber é muita informação e muita
responsabilidade, o que muitas vezes pressupõe uma equipe de apoio trabalhando
em conjunto com os músicos, dentro e fora dos palcos, para que a banda possa
ter um nível de qualidade de acordo com a proposta que o público espera e
merece.
Tudo isso exige investimento que vem invariavelmente do nosso bolso,
por sermos uma banda independente que está começando a trilhar um caminho cheio
de desafios e problemas a serem superados. O que realmente entristece é a quase
impossibilidade que existe nos eventos (principalmente locais) de se pedir no
mínimo uma ajuda de custo pelo show da banda, muitos produtores ainda torcem o
nariz ao ouvir a palavra “contrato”, “backline” e principalmente “cachê”.
Surgem imediatamente acusações de “estrelismo” e coisas do tipo, mesmo pedindo
(sem exigir) apenas o básico para o show ocorrer sem problemas de equipamento e
uma ajuda para cobrir o mínimo de custo operacional para a realização do evento
(ensaio, cordas, baquetas etc). Claro que existem aqui produtores comprometidos
a fazer tudo da maneira mais profissional possível, mas infelizmente, ainda são
minoria. Creio que se existisse um problema que pudesse ser solucionado
urgentemente na cena como um todo (pois sei que isso acontece muito fora do
Brasil também) a falta de profissionalismo seria um bom começo.
HAH: Como está sendo a aceitação de “A Red Nightmare” dentro
e fora do país?
V – A repercussão tem sido fantástica tanto nos reviews
especializados quanto dos amigos e fãs que adquiriram ou baixaram nosso álbum, ficamos
extremamente satisfeitos e contentes com tantos elogios e relatos das pessoas
que, não apenas ouviram o disco, mas acompanharam as letras, a arte e tudo o
que o trabalho oferece. Recebemos elogios vindos de todas as partes do mundo
como Estados Unidos, França, Inglaterra, País de Gales, Hungria, Guatemala,
Canadá e Alemanha.
HAH: E a receptividade dos bangers, já tem aquela faixa que
não pode faltar nos shows?
V – Os shows da Red Nightmare são sempre insanos e muito
intensos! Não paramos até deixarmos toda nossa energia e sangue no palco. Temos
muita paixão pelo que fazemos e nosso compromisso com o público e estar sempre
100% presentes com eles e dedicar toda nossa energia aquele momento especial de
interação. Já fica sempre na expectativa do público o momento de tocarmos
algumas faixas como “Enemy”, “Demigod” e “Lobotomedia” particularmente também
curto muito tocar “Bane” pela cadência pesadíssima dessa música.
HAH: Antes de finalizar gostaria que nos falassem dos planos
futuros e das influencias do A Red Nightmare.
V – As nossas influências são extremamente variadas, mas
temos o Death Metal como ponto comum, bandas como Cannibal Corpse, Pestilence,
Obituary, Morbid Angel, Deicide, Suffocation, Immolation, Entombed, Carcass,
Death e Bloodbath estão sempre sendo citadas nas nossas reuniões, mas ao mesmo
tempo, outros estilos dentro e fora do Metal também integram a nossa
sonoridade. A vivência musical de cada integrante é bem distinta e é justamente
essa mistura de influências que funciona a nosso favor na hora de compor, pois
deixamos que cada uma dessas influências se comunique com as outras de forma
natural, sem forçar a barra, deixando a sonoridade do Thrash, Heavy, Groove,
Black e Prog Metal, junto a outros gêneros musicais como o Grind, e até mesmo a
Música Erudita, Jazz e Blues integrarem o arranjo e acrescentarem novas ideias
e possibilidades sonoras ao nosso trabalho.
Nossos planos para o próximo ano envolvem novas composições
e a promoção do nosso Debut com novos vídeos, material lançado nas mídias
sociais, assim como a realização de shows dentro e fora do Estado. Muito
obrigado ao Rodrigo e a Débora da Metal Media pela grande
força de sempre, equipe do Heavy And Hell pelo apoio e um MUITO obrigado
especial a todos que nos apoiam e acompanham o nosso trabalho, esperamos
encontrá-los na estrada em breve! STAYRED!
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