Entrevista - Banda: Amen Corner (Brasil/PR)

Entrevista por: Renato Sanson


Mais de 20 anos de história, esse é o Amen Corner que segue firme sua trajetória em nome do Metal negro, levando aos quatro cantos do mundo sua sonoridade única e maligna.

Conversamos com o vocalista Sucoth Benoth (Paulista), sobre esse novo momento em que a banda vive o novo disco “Christ Worldwide Corporation”, curiosidades do passado e muito mais.

Confira agora mesmo:

Heavy And Hell: Quatro anos se passaram até “Christ Worldwide Corporation” ser lançado. E como não seria diferente temos ali todas as características do Amen Corner. Como foi o processo de composição do mesmo? E falando de tema lírico o que as letras retratam?

Sucoth Benoth: Salve! Sim, na verdade teria que ter sido lançado em 2012 assim, fecharia exatamente nos 20 anos de banda, porém houve atrasos e saiu em 2014. Nós ficamos muito satisfeitos com o resultado final do mesmo. As composições como sempre, quem geralmente compõe é o guitarrista Murmúrio e eu escrevo as letras, não significa que os outros membros também não possam participar no processo.  No Amen Corner, todas as boas ideias são bem vindas. Nas letras eu abordei temas como: Dinheiro e fortuna das igrejas cristãs, lavagem cerebral, críticas a essas instituições religiosas alienadoras e usurpadoras das mentes humanas.


HAH: Meados de 2008 você retornava a banda, o que foi visto como a real volta do Amen Corner. Como você encara essa certa idolatria dos fãs?

SB: Na verdade eu retornei ao Amen Corner no começo de 2008, nossos fãs se identificam muito comigo temos uma relação de trocas de energias positivas ao longo desses anos todos. Sinto-me honrado com tudo isso.

HAH: São mais de 20 anos de história de puro Metal, sempre soando autentico e fieis as suas convicções. É notório que você é o ponto central dessa parte ideológica, que envolve satanismo, magia negra e etc. E pelo que demonstra vemos um grande estudo seu nessa parte, sempre mostrando um conhecimento além, não transformando essa questão de ideologia apenas na música, mas em sua vida pessoal. Poderia nos falar mais a respeito? E o que isso te influencia positivamente e negativamente?

SB: Desde quando comecei no Amen Corner em 1992, sempre tive a convicção e a ideologia não somente musical, mas também uma ideologia pessoal e carrego isso comigo até hoje. O Black Metal é a minha vida, uma forma de viver e de me relacionar com tudo e com todos, gostem ou não, vejo isso como um fato positivo porque, se, assim não o fosse eu saberia que seria a hora de mudar. Sinto que tenho coisas para construir e uma história para deixar. Sou uma pessoa muito honrada e privilegiada por essa dádiva que Lúcifer me concedeu. Quero compartilhar tudo isso com os reais seguidores da arte negra, o Amen Corner é meu instrumento, Lúcifer é minha luz eterna.

Leia nossa resenha AQUI
HAH: “Christ Worldwide Corporation” acompanha um belo DVD, além de várias filmagens ao vivo temos um documentário riquíssimo em informações. Além do mesmo vir em um Digipack luxuosíssimo. Como surgiu a ideia de complementar o material com o DVD? E a parte gráfica do mesmo, qual inspiração tiveram?

SB: Foi tudo bem planejado. Um planejamento sério e com pessoas comprometidas com o Amen Corner para que tudo isso fosse possível. Foi nosso primeiro DVD, portanto não tínhamos experiência nenhuma, mas com o apoio do Maiko Thomé nosso produtor, tudo isso saiu do papel e virou realidade. Sentimo-nos muito honrados de poder ter lançado esse rico material, documentários com participações de amigos e ex-músicos.  Quem idealizou toda a arte gráfica foi o Anderson L.A. Natureza Morta que já vem trabalhando conosco desde 2007. É um amigo e uma pessoa muito inteligente, profissional e que entende as nossas ideias. Falei pra ele, quero algo assim, e ele transferiu para o papel de forma brilhante!


HAH: Certamente “Fall, Ascension, Domination” é o disco clássico da banda, assim como um dos melhores álbuns (se não o melhor) de Black Metal lançados no Brasil. Lá em 1993 você esperava que este trabalho atravessasse o mundo como um clássico do estilo?

SB: Sinceramente, não. Achava que seria um álbum bem recebido pela crítica e pelos nossos fãs, mas jamais imaginava que se tornaria um disco cult e de tanta importância no cenário nacional e mundial, até hoje tem gente do mundo todo que manda mensagens perguntando se ainda tem para vender, etc. Tanto que a nossa gravadora Cogumelo Records o relançou em 2008, mas já vai ter que relançar de volta e inclusive em versão LP, pois a procura é muito grande mesmo.

HAH: Em 2000 você deixou o Amen Corner e montou uma nova banda o Camos. Qual o motivo de sua saída? E o Camos continua na ativa?

SB: Resolvi deixar o Amen Corner em 2000, pois queria muito montar um projeto pessoal, e também a relação pessoal com certas pessoas que ali habitavam, estava extremamente desgastada, ai eu montei o Camos que teve vida até 2008, quando acabou depois que eu voltei para o Amen Corner. Camos não existe mais. Voltei 666% ao Amen Corner em 2008. Devido a minha profunda amizade que sempre mantive com o guitarrista Tito “Murmúrio”.


HAH: Antes de sua volta foi lançado o disco “Lucification” (07), qual foi sua reação ao ver o Amen Corner com outro vocalista? E uma curiosidade, após sua volta as músicas de “Lucification” não foram mais executadas, teria um motivo em especial?

SB: Minha reação foi normal, eu já estava com o meu projeto em plena atividade, gravando e fazendo shows. Em várias ocasiões eu me encontrei com o Murmúrio e tomávamos umas e outras juntos, e sempre lhe desejei boa sorte. Sempre fomos grandes irmãos. Com relação às músicas do álbum Lucification, não considero ruins, mas perderam um pouco da essência dos velhos álbuns. Quem sabe no futuro a gente não venha a tocar alguma música do Lucification. Tem a Battlefield que é uma boa música de referência.


HAH: E sobre a cena Black Metal, devido a internet muitas coisas andam surgindo e vindo a tona, desde radicalismos extremos por parte de uns, desinteresse pelo estilo por outros e até mesmo conflitos desnecessários com pessoas que ouvem o mesmo estilo de som. Como você enxerga isso hoje em dia? Há 20 anos atrás rolava esse tipo de rivalidade?

SB: A rivalidade sempre existiu, é que hoje ela atinge uma maior rapidez devido à internet, na nossa época, a gente ficava sabendo das coisas através de cartas (até a carta chegar pra gente, à rivalidade já tinha acabado!! Rsss)  ou por alguém da cidade... Era muito diferente de hoje em dia!! Hoje as coisas viajam de forma supersônica. Uma pena que ainda exista essas desuniões.


HAH: Bom, gostaríamos de agradecer imensamente pela atenção, pois não é sempre que podemos entrevistar uma lenda do Metal. Deixo o espaço final a você. Hail Lúcifer!

SB: Salve!! Nós do Amen Corner é que agradecemos pela entrevista e pelo apoio sempre cedido a nós.  Nos vemos em breve em alguma blasfêmica apresentação!! Ave Lúcifer, Ave Satanas!!!


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