Entrevista - Warrel Dane: "Comece sua própria religião, porque o que temos agora, simplesmente não funciona!"
Entrevista e tradução por: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson
Além de vocalista da Sanctuary,
Nevermore e de seu projeto solo, Warrel Dane também é formado em filosofia,
teologia e sociologia. Claro, na hora de compor, cabe se valer de todo esse
conhecimento e experiência para atingir a genialidade musical. Além disso,
também é um excelente Cheff de cozinha (Chegou a ter um restaurante com o Jim
Sheppard, - baixista), já fez participações especiais em bandas de alto
reconhecimento e teve uma de suas músicas incluídas em um jogo de vídeo game
(PS3). A Heavy And Hell teve a excelente oportunidade de trocar uma ideia com o
músico e compositor para tentar saber um pouco mais sobre o artista. Segue
abaixo a nossa conversa com está lenda, divirtam-se!
Heavy And Hell: Voltando no tempo, lá por 1982, quem foi sua grande inspiração e responsável pela sua entrada no mundo da música?
Warrel Dane: Judas Priest, Black Sabbath, Ozzy Osbourne, todas
essas bandas, praticamente. Até mesmo AC/DC, talvez. Sabe, eu escuto todo tipo
de rock pesado, eu acho. Isso foi responsável por eu me envolver com música. Eu
costumava ouvir muito Blue Öyster Cult, bem eu ainda gosto muito de Blue Öyster
Cult. Eu gosto bastante de todos os tipos de hard rock e metal, não importa saca,
é uma espécie de: “por que não gostar?”.
HAH: Ter nascido no mesmo berço em que o grunge nasceu, trouxe alguma influência
marcante para o seu trabalho, nas bandas em que participou?
WD: Absolutamente não, porra! Isso é tudo que eu tenho a dizer
sobre isso. Não, eu nunca fiz música grunge e eu nunca vou fazer (risos). Eu quero dizer isso, no máximo eu posso dizer
que sou fã de Alice In Chains, mas eles não são banda grunge e eles nunca
foram, eles são uma banda de metal do caralho! Assim, a pergunta sobre o grunge
sempre vem e você sabe quer saber? Eu respeito toda essa era e o que aconteceu
em nossa cidade, mas, eu não fiz parte dela e então eu me dou ao luxo de pouco
me importar com que está morto ou que está vivo agora. "Let the freedom
Bring with the shotgun blast” (risadas), Robb Flynn (Machine Head) falou isso
muito bem, talvez seja o que ele quis dizer quando Kurt Cobain deu um tiro na
cabeça, mas, eu não sei o tempo se correlaciona, enfim, é engraçado, mas, eu
respeito Kurt Cobain, acho que ele era um compositor genial, mas não é o meu tipo
de música favorita.
HAH: Durante as gravações em estúdio, a opção mais correta é confiar no
instinto ou ter certeza absoluta do que está sendo feito, para finalizar algum
trabalho?
WD: Confie no seu instinto! Confie em seu instinto e tente não ser
perfeito, porque às vezes algo vindo da imperfeição, se torna genial!
HAH: Ao longo de tantos anos envolvidos sentimentalmente com a música,
foi possível realizar grandes trabalhos (tanto na Nevermore quanto no
Sanctuary). Conte-nos um pouco, como foi a experiência de participar no “The
Apostasy” (2007) do Behemoth? Qual a sua proximidade com os integrantes da
banda?
WD: Bem, Behemoth é uma das minhas bandas favoritas, então quando
eles me pediram para fazer uma aparição em um de suas músicas, eu disse: É
claro, é uma das minhas bandas favoritas!
E eu tenho que te dizer, eu recebo tantos
pedidos de participações especiais, sério, às vezes, me deixa louco, porque eu
não quero estar na minha pele e dizer: "não, sua banda é uma porcaria!" Eu odeio,
eu nunca fiz isso, eu nunca disse isso.
Eu só digo que eu estou ocupado. É o que cada um sempre diz quando não
querem fazer participações. Porque eu sei que muitos vocalistas são
questionados sobre fazer participações especiais, você sabe, deixam respostas
em branco. Eu apenas digo que estou ocupado no momento.
Mas, sim, isso foi interessante
porque, você sabe, eu não fiz isso em estúdio com eles, eu fiz isso no meu
laptop Mac. Eles me enviaram os arquivos
de som e eu gravei com a banda de garagem, converti em Mp3 e enviei de volta.
Foi meio que impessoal, mas ainda assim, eu amo essa música e amo essa banda
também.
HAH: Em 2009, com o lançamento do game Brütal Legend (Electronic Arts),
a música “Battle Angels” do Sanctuary (do “Refuge Denied” - 1988) foi revivida
na trilha sonora. Como aconteceu esse tramite e como a situação, de fazer parte
de um game, foi recebida?
WD: Não temos certeza de como realmente aconteceu, eu sei que o
Jack Black (ator) estava envolvido, e sei que ele é um grande metalhead, e eu
gosto de pensar que talvez Jack Black tenha escolhido essa música, porque,
sabe, dos atores de comédia ele é meu favorito. Eu não tenho certeza se isso é
verdade, porque eu sei que também o Game Designer (Tim Schafer - Full Throttle,
Grim Fandango, Psychonauts, Brütal Legend, and Broken Age) é um grande
metalhead também. Assim, pode ter vindo dele, pode ter vindo do Jack Black, eu
realmente não sei, mas foi uma experiência interessante, eu acho.
Você chegou a jogar esse jogo?
Tentou passar pela parte em que a música toca?
É uma das partes mais difíceis do
jogo, porra! E eu não consegui (gargalhadas), eu não consegui passar! (risos).
HAH: O trabalho mais recente, e de grande repercussão, é o “The Year of
The Sun Die” 2014– Sanctuary. Existe a possibilidade de a banda excursionar em
turnê para divulgar esse trabalho?
WD: É claro que há uma possibilidade, vamos ver o que acontece. Eu
acho que vai acontecer, definitivamente, em algum momento vai acontecer.
Estamos começando a trabalhar em músicas novas agora, sabe, eu tenho outras
prioridades para o momento, como o trabalho que eu estou realizando aqui no
Brasil atualmente. E eles seguem me enviando as músicas por e-mail, para ouvir,
e soam realmente muito boas. Eu continuo dizendo a eles: "Mais rápido,
mais rápido, mais rápido, eu quero músicas mais rápidas" (risos) bem,
vamos ver o que acontece, eu quero dizer, definitivamente, com certeza haverá
um novo trabalho da Sanctuary, dois pelo menos.
HAH: Agora falando sobre a apresentação que acontecerá em São Paulo, no
dia 30/01/2016, qual a expectativa para a noite? Os fãs poderão se surpreender
quando o show começar?
WD: É claro que vai se surpreender com o setlist, porque nós vamos
tocar músicas que o Nevermore nunca tocou ao vivo, e talvez estaremos tocando
algumas músicas que o Sanctuary nunca tocou ao vivo, também. Sabe, nós ainda
estamos trabalhando em cima disso, e eu acho que haverá um monte de surpresas e
se você não vier curtir o show, será burrice, porque você vai perder um evento
épico!
HAH: Poderia nos falar um pouco sobre projetos futuros? O que 2016 está
guardando para Nevermore e Sanctuary?
WD: Bem, o que o ano reserva para Nevermore eu não sei até o
momento. O que será da Sanctuary, você sabe, nós vamos..., definitivamente...
Provavelmente no final da temporada do festival, nós vamos começar a gravar o
novo trabalho. Eu não tenho certeza se o Sanctuary irá fazer qualquer festival
este ano, talvez eu faça alguns shows solo na Europa, para o verão, eu estou no
aguardo do que está para acontecer, porque o Sanctuary não tem nenhum festival
confirmado. No ano passado, o ano que nós colocamos um novo trabalho no
mercado, foi prometido: "ok, vamos tocar em todos os festivais no próximo
ano", e nós tocamos UM... UM ÚNICO MÍSERO FESTIVAL. Então eu não estou
contando com um fato para o Sanctuary vá fazer qualquer festival este ano,
então eu estou mais focado em minha carreira solo, agora, como deveria ser.
HAH: Bem, obrigado mais uma vez por esta oportunidade. Esperamos ver
você em breve e desejamos-lhe um grande show no Brasil. Deixamos o espaço final
a você.
WD: Comece sua própria religião, porque o que temos agora, simplesmente não funciona!
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Que massa!! :D
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